Vídeos compartilhados em redes sociais, como o TikTok, têm mostrado pessoas utilizando materiais caseiros para substituir ou restaurar dentes de maneira improvisada. Com milhares de visualizações e compartilhamentos, essa prática vem gerando preocupação entre especialistas, pois pode causar danos irreversíveis à saúde bucal.
A cirurgiã-dentista Ianara Pinho alerta para os riscos dessa técnica, destacando que, além de ineficaz, ela pode causar danos graves à saúde bucal. “Esses materiais são bolinhas plásticas, feitas de um material termoplástico que, quando colocado em água quente, se torna maleável. As pessoas têm propagado que ele pode ser moldado e utilizado para substituição ou restauração de dentes sem a necessidade de procurar um dentista”, explica Ianara.
A facilidade de acesso a esses produtos agrava o problema. “São materiais vendidos livremente, e muitas pessoas acreditam que eles são seguros. Porém, esses produtos não possuem qualquer certificação odontológica e não foram desenvolvidos para uso na saúde bucal”, alerta a especialista.
Além disso, o material apresenta sérias limitações. “Como é um plástico, ele não tem boa aderência aos dentes. Qualquer mordida ou movimento pode fazer com que o material se descole rapidamente”, afirma. Ianara também destaca os riscos à higiene bucal: “Não é possível usar fio dental ou escovar corretamente, porque o material fica preso no dente ao lado, acumulando sujeira e aumentando o risco de cáries e inflamações”.
Outro ponto crucial é a falta de precisão na moldagem. “Quem utiliza essas resinas faz o ajuste com os dedos, o que pode deixar o dente na altura errada ou mal adaptado. Isso gera sobrecarga na mastigação e pode causar dores ou outros problemas bucais”, acrescenta.
Ianara reforça que apenas um profissional qualificado deve realizar procedimentos de restauração ou substituição de dentes. “Os materiais usados por dentistas são desenvolvidos com tecnologia específica para garantir segurança, durabilidade e adaptação perfeita. Além disso, o dentista possui o conhecimento e as ferramentas adequadas para moldar, ajustar e fixar os materiais de forma correta, respeitando a anatomia e a funcionalidade dos dentes”, explica.
Embora a fragilidade do material faça com que ele se desloque rapidamente, a prática não é recomendada em nenhuma circunstância. “Ele não tem as características de um material odontológico profissional. Além de ser ineficaz, pode mascarar problemas mais sérios e dificultar o tratamento no futuro”, conclui.
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SUENIA MICHELLE QUEIROZ DANTAS
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