A piscicultura no Brasil tem experimentado um crescimento constante nos últimos anos, com destaque para a criação de espécies nativas da Amazônia, como o pirarucu, tambaqui e pintado. Esse setor, ainda muito tradicional em muitas regiões, começa a mostrar sua força também no cenário internacional. Em um país como o Brasil, com uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, a criação de peixes nativos oferece uma alternativa sustentável de consumo e produção de alimentos. Nesse contexto, José Miguel Saud, fundador da Piscicultura Boa Sorte, se destaca como um dos principais defensores de práticas sustentáveis no setor. Sua abordagem inovadora visa, além da rentabilidade, a preservação do meio ambiente e o cuidado com a fauna aquática brasileira.
“Trabalhamos incansavelmente para garantir que nossas práticas sejam responsáveis e sustentáveis. O pirarucu, por exemplo, é uma espécie que já foi muito ameaçada pela pesca predatória. Hoje, com o manejo adequado, conseguimos garantir que o mercado tenha peixes de alta qualidade sem colocar em risco a biodiversidade local”, afirmou Saud.
José Miguel Saud aponta que, para ter sucesso na piscicultura sustentável, é preciso entender profundamente os ecossistemas aquáticos e as necessidades das espécies. A água, para ele, é o principal recurso, sendo constantemente monitorada para garantir que os níveis de oxigênio e salinidade estejam dentro dos parâmetros ideais. A alimentação balanceada também é um ponto crucial, para evitar desperdícios e reduzir impactos ambientais. A empresa adota uma tecnologia avançada para controlar a quantidade e a qualidade da ração oferecida aos peixes, que é produzida de maneira controlada, sem aditivos químicos prejudiciais.
A adoção de práticas sustentáveis, como a utilização de sistemas de recirculação de água (SRA), tem mostrado ser uma das soluções mais eficientes. De acordo com um estudo publicado na revista Aquaculture, a implementação desses sistemas pode reduzir até 90% do consumo de água na piscicultura. Além disso, o uso de rações formuladas com ingredientes mais sustentáveis, como algas e insetos, é uma tendência crescente na indústria, contribuindo para a diminuição da pegada ecológica. “Esse tipo de tecnologia, com o uso de sistemas mais eficientes e rações mais sustentáveis, ajuda a reduzir a pressão sobre os ecossistemas naturais, além de ser mais econômico para os produtores”, explica Saud.
José Miguel Saud também comentou sobre a importância das parcerias com instituições de pesquisa e órgãos ambientais para promover a reabilitação de espécies ameaçadas. A Piscicultura Boa Sorte, por exemplo, participa de projetos com universidades e ONGs focadas na preservação de espécies como o pirarucu e o tambaqui. Para Saud, a colaboração entre piscicultores, cientistas e ambientalistas é fundamental para garantir que o setor se desenvolva sem causar danos irreversíveis aos ecossistemas.
“Acreditamos que a piscicultura de peixes nativos deve ser uma forma de promover o desenvolvimento econômico, mas sem comprometer o meio ambiente. Estamos colaborando com universidades e entidades para estudar novas formas de manejo que favoreçam a preservação das espécies e melhorem a qualidade da água nos nossos sistemas”, comenta Saud.
O crescimento do mercado de peixes nativos, em especial no Brasil, também reflete uma tendência global crescente em direção ao consumo sustentável. Segundo um estudo da Food and Agriculture Organization (FAO), a piscicultura de peixes nativos é uma alternativa mais eficiente em termos de uso de recursos naturais, em comparação com a criação de espécies exóticas ou a captura de peixes selvagens. A demanda por alimentos sustentáveis cresce a cada ano, especialmente em mercados externos, como a União Europeia e os Estados Unidos, que são exigentes quanto às práticas ambientais.
“Com o aumento da demanda por produtos mais sustentáveis e conscientes, a piscicultura de peixes nativos, como a promovida pela Piscicultura Boa Sorte, pode servir como exemplo para outras empresas do setor. A preservação da fauna aquática brasileira não deve ser vista apenas como uma responsabilidade, mas como uma oportunidade de gerar negócios e emprego com foco no bem-estar do planeta”, conclui Saud.
leia mais em Oportunidades e Desafios do Mercado de Piscicultura no Brasil em 2024
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Andreia Souza Pereira
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