Importância de prevenir a surdez desde cedo
A prevenção da surdez começa no período pré-natal – saber se existe na família algum caso de surdez presente ao nascimento; se os pais são parentes entre si (parentesco de primeiro e segundo graus). Para estes casos, a orientação do geneticista pode ser muito útil.
Segundo o otorrinopediatra Manoel de Nóbrega, presidente do Departamento de Otorrinolaringologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), no período gestacional é fundamental a realização das consultas pré-natais. “O acompanhamento com o obstetra é importante para garantir uma evolução sadia do seu futuro bebê”, orienta o médico, ressaltando que deve-se fazer os testes sorológicos na gestante para afastar o risco de infecções maternas durante a gestação, que podem passar despercebidas. “São elas: toxoplasmose, citomegalovirose, rubéola, herpes, Aids, sífilis, zika vírus, chikungunya e Covid-19”, completa o especialista.
Conforme explica o otorrinolaringologista, o período que envolve o parto e a alta hospitalar do bebê são momentos críticos para a audição. “Bebês que nascem prematuros e/ou com baixo peso também podem ter risco para a surdez. Internação em UTI por mais de cinco dias, problemas de oxigenação que necessitam de entubação, aumento da bilirrubina em que existe a necessidade de exsanguinotransfusão, uso de antibióticos ototóxicos, meningite e hemorragia periventricular também são fatores de risco”, esclarece, salientando que deve sempre ser solicitada a avaliação audiológica do bebê antes da alta hospitalar, que é conhecida como o “Teste da Orelhinha”. “É seu direito e é lei”, enfatiza.
O médico revela que os testes são simples, rápidos, não invasivos, não dolorosos e permitem avaliar com muita precisão se a criança “passou” na triagem auditiva. “Se existe suspeita de falha no Teste da Orelhinha, seu bebê deve ser encaminhado para as unidades de referência para confirmação da surdez e se iniciar de forma precoce o processo da reabilitação auditiva”, alerta Nóbrega, informando que quando um diagnóstico e a reabilitação da perda auditiva são feitos de forma precoce, as chances de o recém-nascido desenvolver a fala e a linguagem são muito maiores.
Ele destaca que durante o período pré-escolar e escolar, as infecções de ouvido são mais frequentes e podem causar perda auditiva temporária, que pode afetar o bom desenvolvimento da criança. “Por isso o acompanhamento periódico com o pediatra e a realização de avaliações audiológicas seriadas são importantes”, afirma, destacando que nas crianças maiores é importante estar atento ao uso de fones de ouvido em volume aumentado, pois a música muito alta pode causar perda auditiva irreversível. “Cuide bem da audição do seu filho, é graças a ela que iremos desenvolver a fala, a linguagem, que iremos aprender e ensinar”, finaliza Nóbrega.
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LUCIANA RODRIGUEZ CRISTALINO
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