Por Rafael Caillet
Prazos apertados, grande volume de trabalho e a necessidade constante de precisão são elementos que resumem a intensidade operacional na rotina jurídica e podem até os levarem a se fastar de suas atividades, conforme o levantamento do Ministério do Trabalho, considerando o período de 2012 a 2018, quando 30% dos profissionais ficaram com a saúde mental comprometida devido ao trabalho.
A pressão, desenfreada, afeta diretamente o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos advogados, além de ser um grande motivo para a ineficiência de processos. A fusão desses fatores passa a ser decisiva para aumentar o nível de estresse e ansiedade entre eles, afetando o bem-estar e impedindo a produtividade na resolução dos casos que lidam diariamente.
Buscando a raiz do problema, vemos que a morosidade das operações traz um grande engasgo na fluidez e continuidade dos processos jurídicos. Nesse contexto, em plena era digital, a tecnologia RPA tem sido a solução que protagoniza o avanço operacional e, como consequência, torna o trabalho mais gratificante.
Uma preocupação a menos
Imagine o seguinte: um advogado precisa lidar com um caso urgente e, além dos processos burocráticos, como inclusão de relatórios, o estudo do caso é essencial. No entanto, como se dedicar às análises iniciais e ao atendimento ao cliente se os papeis e operações administrativas também precisam de atenção e o pior: demoram e ainda correm risco de serem feitas com erros?
O RPA consegue curar justamente essas dores e trazer benefícios significativos para a eficiência dos procedimentos jurídicos, com uma vantagem específica e muito necessária: melhoria na qualidade do trabalho dos advogados.
O equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal é, hoje, uma grande pauta nas empresas, já que a saúde mental e física ajuda a evitar o estresse e o burnout, duas síndromes graves que são comuns em rotinas de alta intensidade, alta cobrança e alto volume de informações.
O trabalho dos advogados se enquadra em todos os quesitos e o RPA, por sua vez, encaixa-se nas soluções que conseguem mitigar a ocorrência desses males.
Muitos acreditam que não, mas a serenidade é essencial para a construção de um trabalho sério e focado. Para os advogados, profissionais que resolvem problemas perante a lei, a confiança e a produtividade são indispensáveis e a inclusão de robôs que tornam o trabalho mais fluido, sem interrupções para demandas administrativas, direciona os profissionais para o exercício de habilidades especializadas e desenvolvimento de suas capacidades interpessoais.
Aliviando o operacional jurídico
Por definição o RPA é uma ferramenta de automação capaz de aliviar a carga de trabalho operacional ao tornar tarefas burocráticas e repetitivas em atividades ágeis, programadas e automáticas. Quando pensamos em revisão de contratos, preenchimento de formulários e gestão de dados, incluindo a integração com as constantes atualizações legislativas, o RPA impacta diretamente a eficiência e a organização dos processos jurídicos.
Reduzindo significativamente o tempo gasto em atividades administrativas, a automação dos robôs libera os advogados para se concentrarem em planejamento de estratégias legais e, claro, no atendimento personalizado e mais eficiente aos clientes.
Com uma gestão de tempo aprimorada, mais eficaz, os profissionais do Direito evitam o esgotamento e o estresse excessivo, resultando em um ambiente de trabalho mais saudável e em profissionais mais confiantes, satisfeitos e produtivos.
A eliminação da repetição e da morosidade significa potencializar a capacidade de foco em atividades intelectuais e criativas dos advogados, uma vez que a preocupação com relatórios, acompanhamento de novas regras legais e conferência de prazos não estão mais na lista dos afazeres operacionais.
Por isso, além de automatizar tarefas e proporcionar alívio operacional, o RPA é também essencial quando consideramos o bem-estar e o ambiente de trabalho dos advogados. Quem ignora esses pontos corre o risco de regredir tanto na coordenação de processos ágeis e eficientes quanto na experiência de trabalho e intuitividade prática dos profissionais do Direito.
*Rafael Caillet é CEO da Oystr
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STEPHANIE FERREIRA
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