A pandemia acabou, mas o mundo já voltou ao normal? Esse e tantos outros questionamentos podem ser aplicados a diferentes segmentos que foram impactados, direta ou indiretamente, pelo tempo em que a pandemia foi declarada. Uma dessas áreas foi (ou ainda é) a indústria do turismo. Segundo o Ministério do Turismo, esse segmento amargou uma queda de quase 60% no faturamento durante o período de isolamento social. Essa área, que envolve a prestação de serviços, sentiu bastante os bloqueios geográficos entre regiões, estados, países e continentes, além da paralisação das viagens, da necessidade de distanciamento social e do medo gerado pela preocupação com a saúde. Lazer e entretenimento tornaram-se, ou melhor, passaram a ser secundários.
Mas e agora? E a tal demanda reprimida – o período em que as pessoas ficaram sem viajar, sem despesas com turismo? A questão é que, nessa retomada, as empresas de turismo precisam de estratégias para atrair antigos ou novos clientes e retê-los. Existe um passivo do período das “vacas magras” que precisa ser recuperado. Essa recuperação, se for natural, se o mercado demandar pelos serviços de turismo, pode ser uma forma de normalização do segmento. Porém, seja pela necessidade de celebrar a vida (e investir aquela poupança acumulada dedicada às férias durante o período da pandemia), ou então, pelo esforço das empresas que precisam retomar a normalidade, o fato é que é preciso faturar!
Uma vez que esperar não é um “bom” princípio de gestão sobre o qual gestores deveriam fundamentar sua postura, o negócio é “partir para a luta!”. Isso significa que gestores, especialmente na área comercial, devem resgatar aqueles clientes que faziam parte de suas carteiras, atraindo-os novamente para que retomem as suas viagens. Mas temos as mudanças que ocorreram e que são herança desse período pandêmico. Como, por exemplo, o crescimento da virtualização de encontros, reuniões e eventos. Esse aspecto, embora tenha ocorrido especialmente no meio corporativo, pode impactar as férias que são esticadas após um compromisso da empresa, ou então, até mesmo o final de semana após uma reunião presencial com clientes naquela capital, que pode não mais ocorrer, pois foi substituída por uma reunião online. O “novo normal” tem dado certo! E precisamos utilizar a infraestrutura tecnológica desenvolvida durante o período de isolamento social.
Com isso, o turismo precisa se reinventar também. Afinal de contas, turismo é ir… estar, vivenciar, sentir… Esse parece ser o melhor argumento para atrair a demanda reprimida criada nos últimos anos. O fomento à indústria do turismo deve se pautar no resgate da natureza da prestação de serviço que ela oferece. Esse apelo parece ser uma forma genuína, e não apenas marketing (nada contra esse!) de como as empresas de turismo devem agir nesse momento de retomada. Ações governamentais já podem ser percebidas em direção a isso, mas é fundamental que a iniciativa privada, por meio das empresas do segmento, realize, no seu dia a dia, movimentos em direção ao seu público.
E quais são as estratégias para isso? Sejamos criativos! Isso significa oferecer experiências locais, desenvolver o turismo sustentável, promover flexibilidade nas reservas e proporcionar pacotes temáticos, investir em programas de fidelidade e tantas outras formas de comunicar aos consumidores que “viajar é bom e faz bem!”. Portanto, é preciso aproximar-se e relacionar-se com quem consome o produto “turismo” por meio de experiências personalizadas e imersivas. Que tal!? Vamos viajar?
*Sérgio Vogt é Doutor em Administração, graduado Bacharel em Administração. É professor do Centro Universitário Internacional – Uninter, onde atua na tutoria dos cursos de Gestão Estratégica Empresarial, Gestão Comercial e Varejo Digital.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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