No Brasil, onde as mulheres representam 46,6% da força de trabalho formal, os efeitos do período da menopausa refletem diretamente na economia do país. Estudos internacionais apontam que os sintomas da menopausa, como insônia, ondas de calor e dificuldades de concentração, podem afetar o desempenho profissional. Nos Estados Unidos, por exemplo, o impacto econômico da menopausa é estimado em US$ 26,6 bilhões anuais, segundo a Mayo Clinic. Embora não haja dados específicos para o Brasil, é razoável inferir que os efeitos sejam proporcionais, considerando a participação feminina no mercado de trabalho.
Silene Rodrigues, diretora sênior de recursos humanos na Adidas, neurocoach e palestrante especializada em felicidade no trabalho e liderança inclusiva, a falta de políticas corporativas que abordem a menopausa pode resultar em aumento do absenteísmo (redução na produtividade, sobrecarga para outros colaboradores e custos extras com substituições ou atrasos) e presenteísmo (compromete a qualidade e eficiência do trabalho, afeta os resultados da empresa e é difícil de identificar, já que o colaborador está presente, mas improdutivo), além da perda de talentos experientes. Uma pesquisa global realizada pela consultoria Korn Ferry, em parceria com a empresa de saúde Vira Health, destacou que ignorar a menopausa no ambiente de trabalho pode levar à saída de lideranças femininas, afetando a diversidade e a competitividade das organizações.
Reconhecendo a relevância do tema, empresas no Brasil começam a adotar medidas para apoiar funcionárias na menopausa, promovendo bem-estar e retenção de talentos. A Diageo Brasil, por exemplo, identificou que metade de seus 800 funcionários são mulheres, e 23% delas estão próximas ou já na menopausa. Em resposta, implementou políticas como horários flexíveis, espaços de descanso, treinamentos para lideranças e planos de saúde que incluem reposição hormonal e suporte psicológico. Silene ressalta que o mercado de produtos e serviços voltados para a menopausa está em expansão, representando uma oportunidade econômica e uma mudança cultural no trabalho.
A especialista ressalta que a menopausa ainda é tratada como tabu no ambiente de trabalho, mas ela está presente e afeta a vida de milhões de mulheres. “Ignorar o tema é desprezar uma força de trabalho fundamental. Políticas inclusivas não apenas melhoram a qualidade de vida das funcionárias, como impulsionam resultados organizacionais”, completa. Silene explica que inclusão é estratégia, e empresas que promovem o bem-estar das mulheres criam ambientes mais inovadores e sustentáveis.
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Damaris Pedro
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