O Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino é comemorado no dia 19 de novembro. Uma data cada vez mais relevante, já que a presença feminina ganha cada vez mais força. Um segmento que hoje tem maioria feminina é o franchising, as mulheres representam 57% dos franqueados do Brasil, segundo a última pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Para Denis Santini, CEO da CommUnit, o sucesso das mulheres no franchising está ligado ao cuidado com o que elas planejam seus negócios. “Elas estudaram o mercado e enxergaram no modelo de franchising uma oportunidade segura para investir. O franchising permite que elas empreendam em áreas como engenharia, medicina e até construção civil. Não há mais limites, pois as mulheres estão onde querem estar”, comenta Santini.
A seguir, destacamos as histórias de mulheres fortes e empreendedoras que estão movimentando a economia brasileira.
Letícia Lopes de Medeiros – multifranqueada Farmelhor
Formada em Farmácia pela UFRN e com pós-graduação em análises clínicas, Letícia Lopes de Medeiros, 29 anos, moradora de Natal, sonhava seguir os passos do pai, dono de um laboratório. No entanto, um conflito familiar a afastou dessa trajetória: devido a um desentendimento com seu pai, ela teve que deixar o laboratório familiar. “Fiquei sem chão. Foi quando percebi que precisava encontrar uma nova direção para a minha vida”, relembra Letícia.
Em 2019, com apoio do esposo e após muita reflexão, ela decidiu abrir sua primeira farmácia em Santo Antônio, a 110 KM de Natal. “Entrei nesse ramo sem saber de nada e costumo dizer que essa pequena farmácia foi minha faculdade”, conta. No espaço de 18 m², ela se dedicou intensamente, aprendendo com cada experiência e desenvolvendo uma determinação que a definiu desde então. “Eu não desisto nunca. Recalculo a rota, uso o alfabeto todinho plano A, B, C – mas não desisto. Faço acontecer.”
Com o nascimento do primeiro filho, logo após abrir o negócio, Letícia enfrentou o desafio de equilibrar a maternidade e as viagens diárias entre Santo Antônio e Natal. Em 2020, enxergou potencial para crescer e abriu sua primeira unidade da franquia FarMelhor, em Nova Cruz, ocupando um espaço de 150 m². Pouco depois, transferiu sua pequena farmácia de Santo Antônio para uma área maior, também com a bandeira FarMelhor. Em 2023, expandiu novamente, inaugurando sua terceira unidade em Canguaretama. Com planos de abrir uma quarta farmácia em 2025, Letícia se consolidou como um exemplo de empreendedorismo e superação. Para ela, o empreendedorismo feminino representa mais do que sucesso financeiro – ele significa liberdade. “Dinheiro não é riqueza; é liberdade. É uma forma de diminuir a desigualdade de gênero, dando às mulheres a oportunidade de serem bem-sucedidas profissionalmente”, comenta.
Sirlene Gomes Feitosa – franqueada Vogar Loteadora
Sirlene Gomes Feitosa, de 49 anos, saiu de uma grande empresa de Telecomunicações para investir na área da construção civil. Mesmo sabendo que seria um grande desafio, já que os homens dominam esse segmento, ela não se intimidou e seguiu. Sua jornada iniciou quando passou a comprar lotes, em Goiás, onde vive, e começou a construir casas populares.
Com o desejo de ampliar sua atuação, Sirlene conheceu a Vogar Empreendimentos, a primeira franquia de loteadoras do Brasil. Em 2023, ela entrou para o negócio e desde então vem conquistando seu espaço, não só em Goiás, mas também em Brasília, Maranhão e Pará.
Mesmo sendo um setor totalmente novo, quando se fala em franquia, Sirlene não se intimidou e, ao lado da sua filha, Juliana Gomes Feitosa, começou um segundo negócio. Sirlene deixa claro que a mulher, quando empreende, precisa “matar um leão por dia”, ainda mais na construção civil.
“Quando falo com pedreiros e ajudantes, sempre existe uma certa desconfiança do que peço para fazer. Ainda pairam dúvidas sobre nossa capacidade para atuar no setor”, explica ela. “Mas, quando a obra começa e tudo anda de forma cronometrada, eles veem como temos capacidade para gerenciar um projeto”, completa.
A empreendedora diz que além da paixão, é necessário encontrar parceiros de confiança que ofereçam infraestrutura para o negócio crescer. Para ela, tocar um negócio sempre será desafiador e as pessoas não devem se assustar com essas pedras no caminho. Acreditar, estudar e conhecer o mercado são fatores fundamentais para o sucesso de qualquer negócio. “As mulheres possuem qualidades que só elas têm: paciência, observação e força, tripé fundamental para empreender no Brasil”, finaliza.
Giselle Barros – multifranqueada Buddha Spa
Muitos executivos passam por um grande dilema em suas carreiras: continuar com a vida estressante ou buscar algo diferente e empreender em um segmento prazeroso. Foi assim com Gisele Barros, executiva de carreira com atuação em empresas como a Coca-Cola e Nestlé, que mesmo com um ótimo salário e reconhecimento, se viu nesse encruzilhada.
Mas, antes de iniciar seu projeto pessoal, Gisele decidiu, em 2013, fazer um período sabático e acompanhar mais de perto o desenvolvimento da sua primeira filha. Após dois anos, voltou para o mundo corporativo, trabalhando no maior Shopping de São José dos Campos, cidade onde mora. Mas, inquieta e sempre em busca de novas experiências, depois de quase quatro anos, ela decide ingressar no setor público e foi exercer o cargo de Secretária de Comunicação, na prefeitura.
“Após passar por todos esses trabalhos, senti que ainda não tinha me encontrado”, diz. Foi quando decidiu de fato empreender, mas em que? Ela buscou uma coach que a ajudou a identificar o segmento que melhor se encaixava com seu perfil. No final, o setor de bem-estar foi o que mais se enquadrou.
Durante uma pesquisa na internet sobre spas no Brasil, ela se deparou com a rede Buddha Spa, e a identificação foi imediata. Desde então, no período de apenas dois anos, Gisele abriu duas unidades da franquia, em São José dos Campos, e já pensa na terceira.
A dica que posso deixar para todas as mulheres que querem empreender é que não desistam e busquem algo que realmente lhes dê prazer. Hoje, Gisele diz que é totalmente realizada, porque o seu negócio ajuda as pessoas a encontrar o equilíbrio, algo tão necessário nos dias de hoje.
Ana Paula Baptista de Oliveira – multifranqueada Nutty Bavarian
Após três anos de carreira na área de marketing, Ana Paula Baptista de Oliveira decidiu empreender em busca de independência financeira e de mais flexibilidade para equilibrar a vida profissional e pessoal, especialmente após se tornar mãe. Em 2013, ela investiu em sua primeira franquia, mas, ao enfrentar dificuldades para obter o desempenho esperado, decidiu redirecionar seu investimento. Em 2014, Ana se tornou franqueada da Nutty Bavarian, abrindo seu primeiro quiosque. Desde então, sua trajetória tem sido marcada por sucesso e expansão, sendo atualmente responsável por sete quiosques da marca.
Ana acredita que o empreendedorismo feminino traz desafios, mas também vantagens. Ela aponta que as mulheres possuem uma sensibilidade diferenciada para identificar forças e fraquezas de colaboradores, lidar com a equipe e negociar melhores pontos de venda. Embora tenha enfrentado dificuldades — como a subestimação de sua capacidade profissional e de seu potencial para gerenciar várias unidades do negócio —, Ana superou estereótipos e se consolidou como uma empresária independente, fortalecendo o papel das mulheres no setor de franquias.
Patrícia Melo – multifranqueada Morana
Com 13 anos de experiência como consultora de campo da Morana, Patrícia Melo tomou a decisão de empreender após uma reviravolta pessoal. Ao se mudar de São Paulo (SP) para Londrina (PR), ela viu uma oportunidade de transformar sua paixão pela marca de acessórios em um negócio próprio. Em julho de 2022, inaugurou sua primeira franquia Morana na cidade de Londrina.
O sucesso foi imediato, e em menos de dois anos, ela expandiu significativamente seu portfólio, abrindo três lojas no Paraná: duas em Londrina e uma em Maringá. Agora, Patrícia está prestes a inaugurar sua quarta unidade, em Cascavel, consolidando ainda mais sua presença no estado.
“Empreender foi uma realização pessoal”, conta Patrícia, que vê a possibilidade de gerenciar várias lojas da mesma marca como uma grande vantagem. “O maior benefício de ter várias lojas é poder replicar o que funciona e multiplicar o conhecimento. É um grande desafio, mas estamos crescendo e aprendendo constantemente”, completa a empresária.
Samantha Goldberg Augusto – multifranqueada Tintas MC
Formada em direito, Samantha, de 37 anos, viu seus pais empreenderem e acompanhou toda jornada de luta deles. A mãe tinha uma gráfica e o pai uma mecânica, com isso, o trabalho ocupava todo tempo deles. Certa que nunca iria empreender, Samantha optou pelo direito e entrou de cabeça na profissão, trabalhando em grandes Cias Aéreas, como Latam e Azul. Mas, com o passar dos anos o cansaço físico e mental, junto com algumas decepções do direito, a levaram a pensar na possibilidade de empreender.
O nascimento da sua filha, em 2020, foi como um período sabático, e chegou a pensar que voltaria com todo gás para a empresa. Só que não foi bem assim. Após a licença maternidade Samantha de fato viu que não tinha mais paixão pela direito, foi quando decidiu empreender. Sem saber o que buscar, um amigo do seu marido a apresentou à rede Tintas MC. Apesar de não conhecer o setor tinteiro, Samantha começou a gostar do negócio e cada vez mais se sentia segura com a franquia, pois toda a infraestrutura estava à sua disposição.
Em 2021, abriu sua primeira loja, em Perdizes, que deu tão certo que a incentivou a abrir a segunda unidade em 2024, no Pacaembu, ambas em São Paulo. Para a empresária, o medo esteve presente no início do processo, mas ela viu, com o tempo, que o medo era dela, e não do negócio. “É normal nos sentirmos assim, ainda mais quando não dominamos. Mas, posso dizer com toda tranquilidade, o segredo está em encontrar ótimos parceiros”.
Samantha ainda destaca que para a mulher empreender é mais difícil, principalmente quando se tem o desejo também de ser mãe. Mas ela diz: não se limite. “Nós temos a capacidade de contornar as situações, temos uma força interna muito grande e é possível empreender e junto, realizar o desenho de ser mãe”. Segundo ela, todas devem se jogar nesse sonho. “Se a conta fechar, faça”, finaliza.
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ANA PAULA DOS SANTOS MARCAL SILVA
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