Dizem que para ser um bom biólogo, é necessário ser curioso e entender a dinâmica da vida. Como as plantas respiram, os animais se desenvolvem, as doenças ocorrem e assim por diante. Ser curioso é procurar entender como as coisas acontecem e, se não estão tão bem assim, propor a mudança ou no mínimo minimizar os efeitos. E, ser biólogo é entender que uma simples curiosidade pode mover o mundo e, mudou o mundo da Silvana Santos e de seus vizinhos.
Silvana Santos é bióloga, doutora em Genética pela Universidade de São Paulo (USP) e docente da Universidade Federal de Pernambuco (UEPB) desde 2008, quando ingressou no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). Atualmente, integra o corpo docente do Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA). Ela estuda a ocorrência de doenças genéticas raras e sua relação com casamentos entre pessoas com parentesco próximo em áreas pobres do Brasil rural. Sua pesquisa nasceu da curiosidade em entender o que acontecia com seus vizinhos.
Silvana conta que descobriu, por acaso, na rua onde morava, uma família com uma rara doença genética, chamada Síndrome Spoan (acrônimo em inglês para “paraplegia espástica, atrofia óptica e neuropatia”), doença neurodegenerativa genética rara que causa paralisia progressiva.
Sua pesquisa teve início na cidade de Serrinha dos Pintos (RN) e, a partir desse estudo, passou a ajudar moradores afetados pela doença a obter um diagnóstico crucial. Para o desenvolvimento do seu trabalho, Silvana entrevistou cerca de mil famílias com pessoas com deficiência em mais de trinta municípios diferentes. A bióloga conta que, durante a investigação, “ouviu muitas histórias, percorreu centenas de quilômetros, sempre acompanhada de minhas duas filhas, Safire e Tais Acácia, e teve o privilégio de fazer muitos amigos pelo caminho”.
Graças a esse trabalho, a bióloga Silvana Santos integra o ranking especial, divulgado pela BBC: o das 100 mulheres inspiradoras e influentes, com enfoque ao tema “Resiliência”. Além de Silvana, outras duas brasileiras fazem parte da lista: a recordista de medalhas olímpicas Rebeca Andrade, e a ativista social Lourdes Barreto.
Sobre o tema resiliência, Silvana resume: “como demonstramos o poder da resiliência? Percebendo que a vida é um ciclo. Na seca tórrida, nós apenas sobrevivemos. Na estação chuvosa, florescemos e produzimos frutos”.
*Profa. Dra. Vera Lucia Pereira dos Santos, é Doutora em Medicina Interna pela UFPR e professora da Área de Geociências da Escola de Educação, Humanidades e Línguas do Centro Universitário Internacional Uninter
**Profa. Esp. Julia Aparecida de Queiroz Bertoti, é mestranda em Ecologia e Conservação pela UFPR e professora da Área de Geociências da Escola de Educação, Humanidades e Línguas do Centro Universitário Internacional Uninter
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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