A ciência tem alertado a humanidade sobre o maior perigo que a ameaça. É a traumática mudança climática, ora convertida em emergência inafastável. No fundo, uma questão singela. Sabe-se que o planeta enfrenta fenômenos extremos. Conhece-se a causa: a emissão de gases venenosos, geradores do efeito-estufa. Não se desconhece como interromper o caminho rumo à catástrofe derradeira: descarbonizar o mundo.
Nada obstante, pouco se faz nessa direção. Os maiores emissores continuam a empestear a Terra, como se também não estivessem condenados a perecer, no dia em que a atmosfera for irrespirável.
Diante disso, quais os cenários que se permite vislumbrar?
A desertificação de boa parte do planeta, com a fome e a miséria crescentes. A multiplicação dos refugiados do clima.
O derretimento das calotas polares, a elevação do nível dos oceanos e a submersão de países insulares, além do desaparecimento de algumas das cidades da orla.
Drástica redução da biodiversidade, com o desaparecimento de espécies, muitas delas ainda não completamente conhecidas ou desvendadas pela humanidade insensata.
Escassez hídrica em inúmeros lugares, produzindo conflitos cruentos porque as guerras deste século 21 serão travadas em torno à falta d’água, o líquido que, ao contrário do petróleo, não pode faltar às espécies vivas, sejam animais, sejam vegetais.
Isso tudo, sem falar nas novas epidemias que surgirão diante das indizíveis vulnerações ao ambiente, que deixou de ser amistoso, quando um seu integrante – a criatura que se autodenomina racional – passou a maltratá-lo e a hostilizá-lo de maneira insana e cruel.
Estes os cenários possíveis e lastimáveis, se tudo continuar a ocorrer como hoje: depois de vinte e nove COPs, reuniões da ONU para cuidar do meio ambiente, os acordos não são cumpridos, o petróleo continua em alta, ainda existe negacionismo e quem defenda o desmatamento, o extermínio do futuro e não se comove diante do lamento da natureza.
Se você não quer que isso se concretize, acione os seus representantes e peça a eles façam valer as recomendações dos cientistas. É possível que ainda se consiga salvar o projeto humano e garantir vida saudável para as gerações do amanhã.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LUCIANA FELDMAN
lucianafeldman@gmail.com