Diante da magnitude do problema das emergências climáticas, muita gente pode pensar que atitudes individuais sejam insuficientes para o enfrentamento das catástrofes. Não é assim. É sempre importante recordar a sabedoria ancestral africana, que reconhece o valor de uma ação individualizada, quando simultaneamente praticada por outros e ganha escala. É milagrosa a resultante desse conjunto de humildes atos, num comportamento afinado com a consciência coletiva a resistir ao desafio.
Todos podemos fazer alguma coisa para mitigar os efeitos dos desastres que a insensatez humana causou. Por exemplo: andar mais a pé, que faz bem para a saúde e não emite gases do efeito-estufa. Preferir transporte coletivo. Estabelecer um dia sem o uso desse veículo egoísta chamado automóvel, que em regra conduz apenas um passageiro, o condutor. Por que não voltar a andar de bicicleta, hoje que as ciclovias invadem a cidade?
Outra pequena contribuição para reduzir os efeitos do aquecimento global: gastar menos energia elétrica e poupar água. A escassez hídrica é um perigo ameaçador. Pode-se viver sem petróleo, mas não se sobrevive sem água. E água tratada custa muito caro para a população. Não mais lavar calçadas, nem deixar o esguicho aberto, servindo de vassoura hidráulica.
A coisa mais ao alcance de toda e qualquer pessoa é desperdiçar menos. Produzimos muito resíduo sólido. Ele também emite os gases do efeito-estufa e polui atmosfera, solo e água. Não jogar comida fora. Comprar só o necessário e, se possível, produtos naturais. Aprender a destinar corretamente aquilo que é descartado. O custo da varrição e da coleta de lixo é alto e se houver redução nesse dispêndio, sobrará dinheiro para finalidades mais relevantes e nobres.
Viu como é possível adquirir consciência ecológica e contribuir para que o mundo ainda tenha longa duração, em benefício das atuais e das futuras gerações? Agora, é só começar. Pequenos gestos, resultam em grandes frutos, se houver identidade de propósitos e perseverança no agir.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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